Danuncia Urban nasceu em Curitiba, Paraná, em 13 de maio
de 1933, filha dos imigrantes poloneses Felix Urban e Maria Victoria Dolinski.
Dos seus 80 anos de vida, 60 foram dedicados à Biologia, em especial a
Entomologia, o estudo dos insetos. Como cientista, foi uma das primeiras
brasileiras na área de Zoologia, tornando-se uma grande taxonomista tanto pela
quantidade de novas espécies descritas, quanto pela qualidade dos seus
trabalhos.¹
Desde o início do curso de História Natural na
Universidade Federal do Paraná (UFPR), em 1951, Danuncia demonstrou interesse
pela Zoologia. Como excelente aluna, chamou a atenção do Professor Padre Jesus
Santiago Moure (1912-2010), que a convidou para desenvolver um estudo sobre aves
nativas do Paraná, com apoio do Conselho Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento
Científico (CNPq). Em conjunto com duas colegas, entre 1953 e 1959, ela se
dedicou a taxonomia de falcões e pombas do Paraná, que foi seu primeiro contato
com a pesquisa taxonômica.¹
Em 1954, Danuncia Urban foi contratada como
laboratorista no Departamento de Zoologia da UFPR e, ao mesmo tempo, passou a
dedicar-se à pesquisa com as abelhas, sob a orientação de Moure. Na década de
1960 ela publicou seus primeiros trabalhos, tornando-se professora da UFPR em
1965. Ela participou na criação dos cursos de Pós-Graduação em Entomologia e
Zoologia, na UFPR, nos anos de 1969 e 1974, respectivamente. Em 1995, foi
reconhecida como Doutor Honoris Causa pela UFPR.¹
Sua carreira como Entomóloga, especialista no estudo dos
insetos, foi voltada principalmente para a taxonomia de abelhas, através da
classificação, reconhecimento e nomeação das espécies. Danuncia está entre os três maiores taxonomistas
contemporâneos dedicados ao estudo das abelhas em número de novas espécies
descobertas: ela descreveu mais de 20 novos gêneros e de 300 novas
espécies. Sua contribuição ao conhecimento da biodiversidade do Brasil
e das Américas, tornou-a a maior pesquisadora nesta área.¹
Danuncia Urban publicou mais de 100 artigos científicos,
11 capítulos de livros, além de ter organizado o “Catálogo das Abelhas na Região
Neotropical”, uma referência para o assunto na atualidade. Foi agraciada com o
Diploma de Honra ao Mérito, em 2004, e com o Prêmio Alexandre Rodrigues
Ferreira, em 2010, ambos da Sociedade Brasileira de Zoologia, em reconhecimento
ao trabalho prestado por ela na área. Um livro em sua homenagem foi organizado
por pesquisadores da UnB, UFPR e USP, e foi publicado pela editora da UFPR em 2014. Contendo mais de
vinte artigos de cientistas brasileiros e estrangeiros, com novas descobertas no
estudo das abelhas, o livro inclui a descoberta de novas espécies, nomeadas em
sua homenagem.¹
Danuncia dedicou sua vida à pesquisa, contrapondo-se às
normas sociais de seu tempo. Danuncia aposentou-se como professora em 1991, mas
ainda trabalha de segunda à sexta-feira na universidade. Sua alegria e simpatia,
e seu comprometimento com a pesquisa são características
marcantes.¹