Flávio Moscardi é um
cientista brasileiro. Ele foi criado desde os dois anos na cidade de Osvaldo
Cruz, SP. Graduou-se em Agronomia na Escola Superior de Agricultura Luiz de
Queiroz (ESALQ-USP) em dezembro de 1973, onde estagiou no Departamento de
Entomologia.
Logo após o término da graduação, em 1974, foi contratado pela Embrapa. De
julho de 1975 a junho de 1979, realizou cursos de mestrado e doutorado na
Universidade da Flórida, sob a orientação do Dr. George E. Allen, desenvolvendo
trabalhos sobre o controle da lagarta-da-soja, Anticarsia gemmatalis HÜBNER, através do vírus de
poliedrose nuclear (VPNAg), na dissertação de mestrado, isolado no Brasil
durante o estágio com o dr. Roger N. Williams, da Ohio State University, e sobre
a biologia e ecologia desse inseto (Ph.D.).
Em 1979, foi transferido para a Embrapa Soja, Londrina,
PR, onde permaneceu até setembro de 2009. Nessa instituição, destacou-se pelo
desenvolvimento de táticas de manejo integrado de pragas, principalmente por
meio do uso de inseticidas biológicos. Dentre suas contribuições, a que lhe
trouxe reconhecimento nacional e internacional foi o desenvolvimento do programa
para o uso de um VPNAg para o controle da lagarta-da-soja, que tem resultado,
desde o início da década de 1980, em enormes benefícios sociais, ambientais e
econômicos para o país.
Durante o estágio na ESALQ-USP, Dr. Moscardi conseguiu
compreender que o controle de pragas agrícolas poderia ser feito com agentes de
controle biológico, em contraposição ao uso massivo de inseticidas químicos
empregados no controle de pragas no país. Juntamente ao estagiário José Roberto
Parra, em levantamentos semanais sobre a ocorrência de pragas da soja e de seus
inimigos naturais, foi encontrado um agente até então desconhecido de
mortalidade da lagarta-da-soja, na região de Campinas, SP, que foi identificado
como um VPNAg pelo dr. George Allen (Universidade da Flórida, Gainesville, EUA),
tendo esse pesquisador indicado que esse tipo de vírus poderia, potencialmente,
ser utilizado para o controle biológico da praga; esse foi um dos marcos de sua
carreira profissional.
No mestrado, Moscardi desenvolveu um inseticida
biológico que não causa danos ambientais, à base de um vírus que mata uma praga
importante que é a lagarta-da-soja. O vírus é extraído e isolado da lagarta
infectada coletada no campo. Também com seus trabalhos foi possível a produção
do vírus em laboratório, extraindo-o em maior quantidade.
Preocupado em dar continuidade ao seu trabalho e também contribuir com a
formação de novos pesquisadores, após sair da Embrapa foi convidado a
desenvolver pesquisas e a ministrar aulas na Universidade Estadual de Londrina
(UEL), no Departamento de Agronomia, no Centro de Ciências Agrárias. “Eu senti que já tinha dado a minha contribuição na
Embrapa e eu não queria ficar parado porque eu tenho uma experiência acumulada e
me chamou atenção, após o convite aqui do Departamento de Agronomia, essa
possibilidade de contribuir inclusive na formação de pessoas, em mestrado,
doutorado, e passar um pouco dessa experiência para formar pessoas”, relatou
Moscardi, justificando seu ingresso na Universidade.
Professor Sênior no Departamento de Agronomia da UEL, atualmente Flávio
Moscardi trabalha com agentes biológicos para o controle de um grupo importante
de lagartas do gênero spodoptera,
que tem causado sérios problemas com a perda de lavouras de produção. Esse
projeto busca fazer uma prospecção do que existe na natureza que possa controlar
biologicamente o grupo de lagartas que ataca milho, algodão, soja e, a partir
daí, desenvolver ações que possam levar a um possível produto biológico para o
controle dessas pragas.
Carreira
Durante sua carreira, Professor Moscardi veiculou mais
de duzentas publicações, incluindo artigos científicos em vários periódicos
reconhecidos nacional e internacionalmente, além de capítulos de livros,
trabalhos completos em anais de eventos e publicações específicas da Embrapa.
Tem atuado como professor participante da UFPR e UEL, nas áreas de entomologia e
patologia de insetos, orientando vários estudantes de pós-graduação, bem como
colaborado com cursos de pós-graduação de outras universidades. Foi
Diretor-Geral da Embrapa Soja (de 1990 a 1995). É pesquisador 1A do CNPq, tendo
atuado por dois mandatos como membro do Conselho Assessor de Agronomia dessa
instituição. Foi Presidente da Sociedade Entomológica do Brasil (SEB - 8/1998 a
6/2002) e, atualmente, é Secretário Geral. É Membro Honorário da Sociedade
Argentina de Entomologia, presidiu e tem presidido congressos nacionais e
internacionais e atuado intensivamente em comitês e comissões relacionadas à sua
área de atuação. É coordenador do Núcleo de Excelência em Manejo Integrado de
Pragas (MIP) do Pronex/MCT.
É membro de comitês editoriais e consultor ad hoc de revistas
nacionais e do exterior. Tem atuado como consultor em Manejo Integrado de Pragas
(MIP) e controle biológico em vários países (como Argentina, Paraguai, Uruguai,
Nicarágua, Indonésia, Filipinas, Coréia do Norte, Tanzânia e Índia). Pelas suas
contribuições recebeu 23 prêmios / medalhas / homenagens, como o Prêmio Jovem
Cientista - 1983, primeiro lugar, CNPq e Fundação Roberto Marinho, além de
Comendador da Ordem Nacional do Mérito Científico - Presidente da República do
Brasil - ago/2002, Medalha Paulista do Mérito Científico e Tecnológico - Governo
do Estado de São Paulo – 2001, Prêmio Frederico de Menezes Veiga - Empresa
Brasileira de Pesquisas Agropecuárias – 1991, Award of Distinction -
Sociedade Internacional de Proteção de Plantas – 1995, Award in Agriculture 1996 - Academia de Ciências para o
Mundo em Desenvolvimento – 1997 e Láurea do Mérito Profissional - Sistema
CONFEA/CREAS – 2001. No ano de 2003, Moscardi foi eleito para a Academia
Brasileira de Ciências.
Prêmios
Pelas suas contribuições, recebeu uma série de premiações e homenagens das
quais se destacam:
- Membro da Academia Brasileira de Ciências, em 2003;
-
Comendador da Ordem Nacional do Mérito Científico, outorgada pelo Presidente da
República do Brasil em agosto de 2002;
- Láurea do Mérito Profissional,
entregue pelo Sistema CONFEA/CREAS – 2001;
- Medalha Paulista do Mérito
Científico e Tecnológico, entregue pelo Governo do Estado de São Paulo, em
2001;
- Award in Agriculture, entregue pela Academia de Ciências para o Mundo
em Desenvolvimento, em 1997;
- Award of Distinction, entregue pela Sociedade
Internacional de Proteção de Plantas, em 1995;
- Prêmio Frederico de Menezes Veiga, entregue pela Empresa
Brasileira de Pesquisa Agropecuária –Embrapa, em 1991.
Faleceu: em 15/07/2012, aos 63 anos