Professor Forattini, argentino naturalizado brasileiro,
foi filho único de pais imigrantes do norte da Itália que chegaram ao Brasil no
início da década de 1920.
Cresceu em ambiente familiar, onde falava português com
o pai e francês e italiano com a mãe, Josefina. Além de dominar com fluência as
três línguas, Professor Forattini estudou latim, tornando-se fluente em
Português, Espanhol, Francês, Italiano e Inglês.
Enquanto aluno do curso de medicina, rapidamente se
envolveu em pesquisas, publicando seis artigos em 1946 e outros cinco em 1947.
Como reconhecimento ao trabalho intitulado “Esquistossomose Mansônica em Santos,
Estado de São Paulo” que desenvolveu para a disciplina “Cadeira de Higiene da
Faculdade de Medicina”, o Professor Forattini recebeu o Prêmio Emílio Ribas no
ano de 1947. Logo depois de se formar em medicina, em 1949, Forattini ingressou
na então Faculdade de Higiene e Saúde Pública da Universidade de São Paulo como
professor assistente do Departamento de Parasitologia e Higiene Rural. Teve
início assim sua carreira universitária. Iniciou estudos em entomologia médica
em 1950, com o pesquisador John Lane, e depois saúde pública, em 1957. Em1959
submeteu-se a concurso para provimento do cargo de Professor Adjunto da Cadeira
de Parasitologia Aplicada e Higiene Rural. Foi em 1967 que o Professor Forattini
conquistou a Cátedra em Epidemiologia, e em 1970 assumiu a chefia do
Departamento de Epidemiologia.
Professor Forattini teve vida científica bastante
produtiva. Nesse sentido, suas contribuições tanto para o desenvolvimento da
ciência no Brasil como na Universidade de São Paulo foram de enorme relevância,
tendo merecido o reconhecimento e respeito nacional e internacional. Publicou
mais de uma centena de artigos e alguns livros, associando a ecologia aos
estudos dos insetos de interesse médico e agravos à saúde do homem. Entre suas
contribuições científicas para o desenvolvimento da Entomologia Médica no Brasil
e América Latina incluem-se mais de 200 artigos científicos, a maioria na área
de epidemiologia médico-entomológica, em colaboração com alunos e colegas do
Brasil e do exterior.
Recebeu a Medalha Cultural Gaspar Vianna, em 1961, por
sua contribuição aos estudos relativos à leishmaniose tegumentar. Em 2005,
recebeu o título de Professor Emérito da Faculdade de Saúde Pública da
Universidade de São Paulo. Outra contribuição relevante do Professor foi a
formação de alunos de graduação e pós- graduação e de pesquisadores. Muitos de
seus alunos hoje atuam em diferentes áreas da entomologia médica no Brasil e
América Latina, como pesquisadores ou professores universitários. Dessa maneira,
ele foi capaz de formar seguidores que darão continuidade à entomologia médica
na região neotropical.